sábado, 14 de fevereiro de 2009

Festa

(a Roland Barthes)

Se ponho uma palavra aqui,
se tiro o pingo do i,
não importa.
Escolho as palavras a meu gosto
e as disponho como quero.

A palavra que não for escolhida
nunca será lida.

Pinço uma letra,
seleciono um fonema:
o escultor dá a forma que quiser com sua lima,
assim como da minha vontade depende a rima.

E nesse jogo constante
de um vocabulário abundante
muitos foram felizes:
Camões, Gregório e Dante.

Não sou eu que vou ficar fora dessa festa:
vou criar enquanto a vida me resta.

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