Desfilo pelas ruas
minha expressão amarga de poeta
Pois estes têm as faces nuas
no Japão ou na ilha de Creta.
Não adianta maquiagem
que disfarce nossas rugas
Não é medo nem chantagem
Somos como as tartarugas
que têm o casco duro.
Nada modela nossa face
e alívio não traz o ar puro.
Comemos brócolis e alface
batemos a cara contra o muro
não temos instrumento com que se cace
Nem faca nem arpão.
E também não temos
ingredientes para o pão.
No limbo ardemos.
Não há máscara que esconda
nosso rosto de molusco
Vai e vem a onda
na madrugada e no lusco-fusco.
Somos deuses pecadores.
Não nos adaptamos a esse mundo.
Somos disformes tratores
somos vis e vagabundos.
Espalhamos terrores
como um pobre corcundo.
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